Ser-se Natural e Calmo Sempre

Expressando a necessidade de aceitar com naturalidade as circunstâncias da vida

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Ser-se Natural e Calmo Sempre

     Se eu pudesse trincar a terra toda 
     E sentir-lhe uma paladar,
     Seria mais feliz um momento ... 
     Mas eu nem sempre quero ser feliz. 
     É preciso ser de vez em quando infeliz 
     Para se poder ser natural... 

     Nem tudo é dias de sol,
     E a chuva, quando falta muito, pede-se.
     Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
     Naturalmente, como quem não estranha
     Que haja montanhas e planícies
     E que haja rochedos e erva ... 

     O que é preciso é ser-se natural e calmo
     Na felicidade ou na infelicidade,
     Sentir como quem olha,
     Pensar como quem anda,
     E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
     E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
     Assim é e assim seja ...

“Ser-se natural e calmo na felicidade ou na infelicidade”...

Estas palavras não te encantam o pensamento?

Poderia existir uma maneira mais bonita de expressar a necessidade de aceitar com naturalidade as circunstâncias da vida?

Gosto de Fernando Pessoa, gosto de Alberto Caeiro (autor destes versos)...

Eles (ou ele) conseguem dizer tudo que penso, e ainda por cima em forma de poesia!!!

Ele encontrou a forma perfeita de dizer que a felicidade constante é insana. 

Muitas vezes nos deparamos com situações as quais não esperamos, não desejamos e que não nos deixam felizes.

E isto é importante!!! Significa que temos senso de realidade...

Que bom!!! O nosso aparelho está funcionando direitinho!!!

Existe um sensor dentro de nós chamado sensibilidade. Ele nos traz sentimentos de satisfação e insatisfação, alegria e tristeza, medo e despreocupação, ansiedade e tranqüilidade... 

“Nem tudo é dias de sol...

...montanhas e planícies... 

...rochedos e ervas...”

Todas essas sensações estão sempre nos mostrando qual o melhor caminho a seguir. Se o que estou sentindo não é agradável, devo usá-lo para crescer e mudar o meu caminho.

Se insistir em continuar em um caminho desagradável, se escolho viver na infelicidade, se a sensação de insatisfação não me faz pensar, se não estou feliz e não faço nada para mudar aí sim algo errado está acontecendo e há motivos para preocupação.

Outro motivo de preocupação é a incapacidade de perceber que bom e ruim, bem e mal, felicidade e infelicidade, amor e ódio... convivem.

Não existe nada totalmente ruim.

“...E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre, e que o poente é belo e é bela a noite que fica...”

Como também haveria motivos para nos preocuparmos se o mundo estivesse desabando e resolvêssemos dar uma festa, ou comemorar a morte de uma pessoa querida, ou ficarmos felizes com a perda de uma perna...

“eu nem sempre quero ser feliz... é preciso ser de vez em quando infeliz para se poder ser natural”...

Não são situações para serem comemoradas, mas apenas e naturalmente sentidas, olhadas, pensadas, andadas, repensadas, estudadas, analisadas, entendidas, amadurecidas... vividas... e reprogramadas.

Aí começamos a viver calmamente de novo, até que novamente o nosso radar apite avisando que novamente a infelicidade está naturalmente convivendo com a felicidade.

Então é hora de crescermos mais um pouquinho...

“... sentir como quem olha, pensar como quem anda...”

COMPANHIA NO DIVÃ - Bia Melara

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