Amor e ódio

Seria o ódio o contrário do amor? Ou seriam sentimentos irmãos, que andam juntos, de mãos dadas? Qual é então o sentimento oposto ao amor?

  • Compartilhe!
  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no Google Plus
  • Compartilhar no Twitter
Amor e ódio

Percebo que a maioria das pessoas acredita que amor e ódio são sentimentos opostos.

Isso não é verdadeiro !!!!

A verdade é que a pessoa que ama se envolve, se dedica, se entrega... mas quando vê seus sentimentos feridos, seu amor frustrado é dominada pelo sentimento de ódio.

O ódio é o amor muito machucado.

O ódio é o amor doente.


“Quando olhaste bem nos olhos meus

E o teu olhar era de adeus

Juro que não acreditei

Eu te estranhei...

Dei pra maldizer o nosso lar

Pra sujar teu nome, te humilhar

E me entregar a qualquer preço

Te adorando pelo avesso

Pra mostrar que inda sou tua

Só pra provar que inda sou tua...”

(Atrás da Porta- Francis Hime e Chico Buarque)


Quando o objeto de amor frustra, decepciona ou trai, os sentimentos ficam frágeis, e esse amor ao avesso, esse amor descontrolado toma conta da alma.

Tanto é assim que quando o outro se desculpa e se justifica, fazendo juras de amor, todo aquele sentimento monstruoso se derrete e novamente o coração fica pulsando feliz.

O ódio se acalmou, parou de gritar, adormeceu, e novamente o doce e sorridente amor pôde assumir o papel principal.  Serão, novamente, “felizes para sempre”, pelo menos até que haja outra decepção que transfigure esse amor em ódio.

Portanto amor e ódio andam juntinhos...!!!

Eu diria que o oposto do amor é a indiferença.

Ficar “impávido colosso” ante a dor, frente às situações que ferem o seu amor é uma possibilidade que não existe !!!

Você pode até tentar se enganar ou se conter por um ou dois instantes... mas logo a máscara cairá. E se isso acontecer suas explosões de ódio serão muito mais barulhentas e assustadoras. Por isso é fundamental que você aprenda a lidar com suas emoções.

Saímos de fábrica com todos os acessórios, um “pacotão” completo de sentimentos. E temos que conviver com todos eles que funcionam como uma espécie de alarme para a alma: se tudo vai bem os sentimentos são bons, mas se algo precisa ser revisto os sentimentos de desconforto gritam em maior ou menor intensidade.

Um amigo, muito querido e sensível me mandou um poema de Vicente de Carvalho, que fala sobre como mudamos de acordo com as atitudes do outro. Este é o trecho final:


“ Se me quereis diverso do que agora

Eu sou, mudai; mudai vós mesma, pois

Ido o rigor que em vosso peito mora,

A mudança será para nós dois:

E então podereis ver, minha senhora,

Que eu sou quem sou por serdes vós quem sois.”


Sentimentos constantes, como amar a tudo o tempo todo, ou odiar a tudo o tempo todo, exigem cuidados. Segundo Rubem Alves: “Todo mundo é uma mistura de coisas boas e ruins, às vezes a gente está sorrindo, as vezes está de cara feia. Mas o enfeitiçado fica sendo uma coisa só...”

É o conhecimento dos próprios sentimentos que nos faz saudáveis, como dizia o eterno mestre Di Loreto, que nos impedem de comemorar a perda do grande amor, a perda da mãe ou dos dedos da mão ... Eles fazem com que protejamos a nós mesmos e àqueles a quem amamos.

Se você se conhecer melhor, entenderá seus sentimentos, poderá lidar com eles em outro nível e poderá evitar que seus ódios cheguem a extremos. Saberá evitar as explosões e os desgastes inúteis.

Cuide de seu coração... Cuide de seus sentimentos... Cuide de sua alma...

BIA MELARA/Companhia No Divã

Que sensações teve com o artigo?

Selecione as emoções que experimentou com este artigo


Reações dos demais leitores:

{}1

Conte-nos mais! Comente no final desta página.

  • Compartilhe!
  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no Google Plus
  • Compartilhar no Twitter

Olá, deixe seu comentário para Amor e ódio

Enviando Comentário Fechar :/