Que tipo de jovens estamos criando?
Uma geração imediatista, que não sabe lidar com as frustrações, com situações que exijam capacidade de luta e com os desafios da vida.

Gostaria muito de agradecer ao querido amigo M. Siqueira que, através deste site sugeriu-me um tema muito interessante com o qual me ocuparei neste artigo.
O amigo é orientador em uma faculdade e, portanto lida com muitos jovens. Existe, por parte dele, uma preocupação com relação ao comportamento destes frente às pressões relacionadas às exigências dos cursos de pós-graduação.
Recentemente um aluno de uma grande universidade do interior paulista se suicidou dentro da própria faculdade, culpando a pressão sofrida pela pós e pelo seu orientador. E o pior: a maioria dos alunos o vê como um símbolo... virou o mártir.
Eu também tenho estado muito preocupada com a maioria dos jovens que nossa sociedade vem formando.
É uma geração imediatista, que não sabe lidar com as frustrações, com situações que exijam capacidade de luta e com os desafios da vida.
Querem e exigem tudo pronto, mastigado e neste momento. E se isso não acontecer o culpado é o mundo, você, os pais, os professores ou Deus. Têm muita dificuldade em aceitar as próprias dificuldades, fraquezas e irresponsabilidades. Talvez seja mais fácil se matar.
Onde a rotina, a pressão e as exigências deveriam ser utilizadas para um crescimento e desenvolvimento, elas viram obstáculos insuportáveis e motivo de críticas ferrenhas.
Escolhem um tema, mal iniciam, e frente à primeira dificuldade, desistem.
É preciso pensar em como estamos educando nossas crianças. Que tipo de adulto ou jovem eles se tornarão?
Se dermos tudo pronto, não os ajudando a descobrir suas capacidades internas...
Se dermos tudo imediatamente, frente ao menor sinal de choro, não ensinando a lidar com as esperas...
Se nunca dissermos não, ajudando-os a entender que frustrações existem... e que não precisamos morrer por isso...
Se não mostrarmos aos nossos filhos a vida real, a que eles vão enfrentar quando não estivermos por perto...
...estaremos criando pessoas fracas que arrebentam frente ao menor vento.
E não... a culpa não é dos orientadores, dos professores, da pressão, ou de Deus.
Uma pessoa que se mata para fugir de uma dificuldade não é um herói. É alguém que estava com sérios problemas emocionais, e provavelmente, se escondendo atrás de furores externos e de falsas desculpas. Acreditando em seus motivos, não pôde procurar a ajuda psicoterapêutica adequada.
É preciso acreditarmos na capacidade e força de nossos filhos e pararmos de cria-los como se fossem cristais... para o bem de nossos jovens, adultos e de seus relacionamentos com o mundo e em sociedade.
Se você também gostaria que eu abordasse algum tema especifico dê tua sugestão nos comentários do site, neste ou em qualquer outro artigo.
BIA MELARA/Companhia no Divã
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