Prazeres Que Não Podem Ser Comprados
Pensando a compulsão e suas dependências. Aqui mais especificamente abordo o vício pelas compras.

Fala-se muito em dependência. E existem vários tipos, podendo ser física ou emocional, como de: álcool, drogas, jogo, sexo, comida, trabalho, atividades físicas, pessoas, etc, etc, etc...
Hoje, resolvi falar, especificamente da dependência das compras, o famoso consumismo, que é uma forma de dependência tão violenta quanto qualquer outra, apesar de muitas vezes não ser percebida como um vício nem pela pessoa que sofre esta angústia, e nem, muito menos pelas pessoas que a cercam.
Dizem: “Fulana gasta muito com bobagens!”, “Beltrano é exagerado com relação às compras!”, mas nem imaginam o que existe por traz de todos esses excessos.
Vários fatores podem levar um indivíduo a uma busca exagerada. Mas neste caso, seria uma busca exagerada de que? Pode ser de um sentimento de completude, de uma satisfação externa, de uma forma de realçar sua força pessoal, de um prazer individual, ou simplesmente a fuga de alguma carência ou dor.
A única certeza que temos é que “cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”.
Mas será que as coisas compradas conseguem preencher os vazios da alma? É claro que não!!! É por isso que o ato precisa ser repetido, e repetido, e repetido... ( como acontece com qualquer dependência). E, para os dependentes, interromper esse fluxo de compras pode levar a um estado de depressão.
E como saber o limite entre o comportamento normal e o patológico?
O consumista, ou comprador patológico compra coisas que não precisa, e em quantidades e valores que na maioria das vezes compromete o seu orçamento.
Normalmente ficam muito eufóricos e excitados quando pensam em comprar.
Daí vem o impulso de gastar de modo exagerado.
É como se a pessoa estivesse possuída por um comportamento insistente, que foge de seu controle mesmo sabendo que a atitude não seria adequada.
Geralmente, esses indivíduos não conseguem enxergar o seu problema, apesar de suas dívidas aumentarem cada vez mais.
É uma compulsão, ou seja: uma obrigação irresistível, acompanhada de um gesto automático, e seguido de culpas e arrependimentos. Por pouquíssimo tempo!!!!
Mas é nesses intervalos de sofrimento, entre uma atitude descontrolada e outra, que o sujeito pode perceber que precisa de ajuda.
Concordo com Dartiu Silveira: “Existe um desejo deslocado para o consumo. É como estar com sede e tentar resolver o problema comendo paçoca. A paçoca não diminui a sede, aumenta”.
Para entender qual a origem da dependência e eliminá-la é indicada uma boa psicoterapia, onde:
__Conhecendo-se mais a fundo cada um pode compreender os seus próprios motivos e assim livrar-se desse sintoma.
__Entender porque o ter e o ser se misturaram.
__Recuperar sua capacidade de desejar, o que inclui a capacidade de frustrar-se e ficar sem o objeto sonhado.
__Desenvolver outras capacidades, que não a posse.
__Entender que o que se busca não está fora, mas dentro de si mesmo.
Como disse Carl Jung: “Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro desperta”.
COMPANHIA NO DIVÃ - Bia Melara
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