Os sentidos da vida

Visão, audição, tato, olfato, paladar... um passeio pelos sentidos...

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Os sentidos da vida

Hoje acordei especialmente feliz... Acordei com a música da chuva que cai lá fora... Olhei para as plantinhas e elas estavam todas “sorrindo verde” pelo prazer de sentir os pingos que lhe acariciavam. Fiquei com inveja e coloquei minhas mãos para fora para sentir um pouquinho deste carinho...Cheirinho bom de terra molhada...

Enquanto tomava meu café, senti esse friozinho gostoso... e agradeci muito a Deus por estar tão viva. E não me refiro apenas da vida mecânica, falo de estarem vivas minhas sensações, minhas emoções...

Falo da felicidade de poder ver todas as cores, ouvir todas as músicas, sentir todos os cheiros, todos os gostos, sentir minha temperatura brincando com a do mundo, sentir a beleza e a magia do universo, sentir todos esses amores, todos esses mistérios...

Falo de sentidos....falo de vida real !!!!!!!! Falo de Gonzaguinha:

 “Viver e não ter a vergonha de ser feliz...

Cantar, e cantar, e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz,

Eu sei que a vida devia ser bem melhor...e será!!!

Mas isso não impede que eu repita: é bonita, é bonita, e é bonita...”

Resolvi escrever sobre isso porque quem sente, sente. Portanto da mesma forma que sinto alegria e admiração, sinto tristeza, raiva e frustração. Ontem, percebi como muitas pessoas (talvez a maioria) estão insatisfeitas por nada, estão infelizes, sem conseguir ver o valor das coisas. Ontem a temperatura já havia caído, e também já chovia. Eu, até então achando tudo lindo, comecei a encontrar pessoas pela rua e ouvir coisas do tipo: “ _ Que dia feio está hoje” . Hoje é um dia tão lindo para se viver como qualquer outro, a “feiúra”está nos olhos de cada um. “_ Que tempo desagradável”, _ Que chuvinha chata!!!”. Alguns comentários vieram de pessoas que na semana passada se queixavam do tempo quente e seco. Que, na verdade, é o meu preferido... acho o verão mais colorido!!! O inverno é mais branquinho, quietinho... Mas cada um tem o seu motivo e seu encanto. 

Lembrei-me de um trecho de Miguel de Unamuno: “Na antiguidade as campanhas de guerra eram suspensas durante o inverno. O inverno era, por excelência, a estação pacífica... A neve cai em silêncio, enchendo os buracos, nivelando as asperezas das coisas. A silenciosa nevada é como um manto de brancura, nivelação, alisamento... É como a alma da criança e do ancião, silenciosas e lisas. Os grandes silêncios da alma das crianças! Os grandes silêncios da alma do ancião. E a brancura alisante de uma e de outra!"

Ele sentiu a poesia do inverno. Nós também podemos sentir. Pense bem o inverno é a estação do aconchego, as pessoas ficam mais românticas, os casais querem ficar bem juntinhos... Huuummmm! Existe coisa mais gostosa...  

A realidade é que muitas pessoas estão insatisfeitas consigo mesmas, não percebendo beleza e felicidade em nada, não podendo pegar os prazeres, talvez tenham perdido a essência da vida... e isso é muito triste. 

Estou me lembrando agora do filme “A Cidade dos Anjos”, é um filme maravilhoso que fala sobre pessoas que vivem como anjos, não podendo ter vida própria, ou seja, sem sensações próprias, sem prazeres próprios. Anjos que vivem para assistir e acompanhar a vida dos outros, sem viver os próprios significados... 

E você, está vendo a vida passar como um anjo, ou prefere virar um mortal? Não um “pobre mortal”, mas um “rico mortal”, que possui a maior de todas as riquezas, a de vivenciar sua própria existência verdadeiramente, sentindo todas as suas dores e delícias.

Podendo perceber a cada segundo toda a maravilha de estar vivo, toda a grandeza que existe em uma simples chuva. Todos os fantásticos sentidos que o universo nos proporciona quando acordados e quando dormindo.

E tem mais, frente a todas as mudanças climáticas e todo o aquecimento que tanto tem nos ameaçado, aconselho que aproveitem bem esse friozinho e essas chuvinhas deliciosas.

Para encerrar, essa música do poeta Renato Teixeira: “É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz pra poder sorrir, é preciso chuva para florir...” (ouçam inteira, pois é toda linda).

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