Mágica X Psicanálise

Como se comporta a psicanálise nesta época de imediatismos, busca por mágicas e milagres? A psicanálise não foge das verdades... mas respeita o seu tempo.

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Vivemos a era da pressa e da correria...

Vivemos a época do imediatismo e da mágica...

Vivemos um momento onde o mais difícil é lidar com o tempo, com a espera e principalmente com as frustrações.

Com o extraordinário avanço tecnológico, o homem criou meios de vencer as barreiras geográficas e do tempo...

Somos capazes de nos comunicarmos imediatamente ou nos mantermos conectados com alguém que esteja do outro lado do mundo...

Temos acesso a tudo e a todos...

Basta pensar, basta desejar, que num simples apertar de teclas, como num passe de mágicas, o mundo se oferece a sua frente.

É a era da onipotência!!!!!

Mas, em oposição a toda essa capacidade de se comunicar e criar laços vemos pessoas cada dia mais sós, seres humanos individualistas... Os homens estão cada vez mais isolados e egoístas.

“... nos deram espelhos, e vimos um mundo doente...” (Renato Russo)

É um tempo de grandes sofrimentos, vazios e angústias. E para a resolução destes conflitos também se buscam soluções rápidas. Vemos o uso desenfreado de medicamentos que curem magicamente esses desassossegos da alma. Será?

Nesta pressa não há lugar para pensar nas causas reais desse mal-estar, fica esquecida a possibilidade das modificações da vida, das transformações do sujeito.

Ou quando conseguem pensar nisso, vão à busca de falsas promessas de curas fáceis e rápidas...

Acabam se entregando a profissionais que se utilizam de práticas terapêuticas sem rigor teórico ou científico, sem ética...

É preciso atentar para os riscos à saúde mental da população que recorre a profissionais sem preparo para o ofício da psicanálise.

A psicanálise tem se apresentado como um recurso eficiente.

A disciplina criada por Freud há mais de cem anos, se apresenta, em sua prática clínica, como opção de encontro com um outro disponível a ajudar a pessoa a lidar com as dificuldades da vida, e sobretudo, a dificuldade de olhar para a sua realidade interna e o seu desamparo.

O diálogo analítico se propõe a ajudar o paciente a investigar seus aspectos inconscientes e alcançar benefícios com a mudança psíquica.

Mas é preciso atentar-se com relação à busca do profissional... muitos se dizem psicanalistas sem terem formação.

A formação do Psicanalista é um processo muito cuidadoso, assumido por instituições privadas, com critérios definidos a partir dos padrões estabelecidos pela Associação Psicanalítica Internacional (IPA).

O pretendente a formação passa por rigorosa seleção.

As instituições filiadas a IPA sustentam seu padrão de formação baseado no tripé: análise pessoal (na frequência de quatro sessões semanais, com duração mínima de cinco anos), aprendizado teórico e técnico, e trabalho clínico supervisionado.

Este longo trajeto dura em média 10 anos (após o período da faculdade). Mas sabemos que deve ser um processo permanente, continuado nos grupos de estudos, textos clássicos e contemporâneos e com a experiência clínica.

O profissional com formação em Psicanálise terá seu nome vinculado a algum Instituto de Psicanálise.

Basta digitar o nome no Google se você tiver dúvidas com relação ao analista com quem deseja se consultar, que magicamente a resposta aparecerá. Nestes casos vale nos aproveitarmos das facilidades do mundo moderno.

O processo para a formação do profissional é tão complexo e cuidadoso quanto deve ser o trabalho com o analisando que nos procura.

Não existe nenhum tipo de mágica... é um processo trabalhoso, rigoroso e efetivo.

Você ainda prefere a ilusão das mágicas, ou prefere investir seu tempo e dinheiro nas metamorfoses trabalhadas e reais?

Pois, se quiser entrar em contato com suas realidades, sem pressa, e no seu tempo, poderá fazer a melhor viagem de sua vida.

BIA MELARA/Companhia no Divã