Hiperconectividade e Ansiedade
Sobre os excessos tecnológicos e a ansiedade que os acompanha.

Nestes últimos anos, assistimos impressionados a evolução tecnológica.
A tecnologia é um dos principais motivos da evolução do ser humano. Ela já existia muito antes do que entendemos como tecnologia hoje, e surge da necessidade do ser humano de criar instrumentos que o ajudem a superar suas limitações.
Ela tem início na pré-história, com a criação dos instrumentos para caça, passa por criações cada vez mais elaboradas (eletricidade, telefone, etc), chega nos dias de hoje com lançamentos de big techs como Apple e Microsoft, e sabe-se lá onde poderá chegar em passos tão rápidos.
A tecnologia está por toda parte... Pare agora, olhe ao seu redor e conte quantos dispositivos conectados você vê. Não há mais como escapar!!!... e a tendência é que a cada minuto surjam novas soluções inovadoras, obrigando todos a aderirem, quase sem querer e gradativamente, o uso destas maravilhas.
Parece impossível imaginar a vida atual sem essas inovações tecnológicas, não é?
A tecnologia é realmente incrível!!!
Mas o excesso: a hiperconectividade, pode trazer muitos prejuízos.
Com toda essa aceleração tecnológica, onde o espaço desaparece e o tempo atual torna-se o tempo do instantâneo, os pensamentos também estão muito acelerados.
Com o acesso a informações em tempo real, e a velocidade de comunicação abolindo a separação espacial, nos tornamos simultâneos, já que imediatamente conexos.
Estamos conectados com o mundo todo, com outros fusos horários.
A maioria se acha na obrigação de estar atualizado em todas as redes sociais, para não correr o risco de ser considerado desatualizado, ou até mal educado se não responder imediatamente.
Tantas telas abertas... tantas ondas... tantas mudanças... com tanta frequência... em todos os lugares ao mesmo tempo... informações fragmentadas... tudo fragmentado!!!!!!...Pessoas fragmentadas, perdendo o eixo, perdendo a homogeneidade.
Pessoas desorientadas, já que pedaços de identidade vão sendo deixados para trás, sem conseguir colar as novas informações com tanta rapidez.
Pessoas confusas, já que fica tudo misturado.
Sensação de incompletude, já que essa rapidez toda está deixando as pessoas rasas.
Pessoas solitárias... tempo de solidão compartilhada, já que não tolera-se a própria companhia...É difícil lidar com as ausências, com o “nada”, com a pausa... o tão importante ócio criativo está desaparecendo.
Na solidão compartilhada afasta-se de quem está perto e aproxima-se de quem está longe... as verdadeiras conexões morrem, e restam o “não vínculo” dos relacionamentos instantâneos e efêmeros... resta a ansiedade.
Indivíduos constantemente infelizes... insatisfação... isolamento social... diminuição do autoconhecimento... falta de espontaneidade... incapacidade para relacionamentos duradouros... dificuldade de concentração... desinteresse pelo mundo real... esgotamento psicológico... cansaço excessivo... estresse... angústia... depressão... além de outros danos mais graves a saúde mental.
Os hiperconectados se afastam de sua própria essência, perdem o contato consigo mesmos... fazem tudo em excesso, gerando estímulos de proporções imensuráveis, que com o tempo se transformam em ansiedade.
O tempo das esperas se transformou no tempo das urgências ... e consequente ansiedade.
Ninguém precisa abrir mão das tecnologias!!! Elas são realmente fantásticas!!! Porém não podemos nos tornar escravos... ela precisa ser uma ferramenta que usamos e não uma ferramenta que nos usa. Devemos sim usá-las para superar nossas limitações, mas sem adoecermos ou deixarmos que a ansiedade nos domine.
Se necessário, procure ajuda especializada.
COMPANHIA NO DIVÃ - Bia Melara
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