Contrastes

Só aprendendo a conviver com os contrastes poderemos chegar ao equilíbrio.

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Contrastes

A vida é surpreendente!!!... ilógica...

Como diz a sabedoria popular: “Escreve certo por linhas tortas”.

Vejam os contrastes:

A luz excessiva me obrigou a fechar os olhos... olhei para dentro...

E na escuridão pensei luz.

Com muito barulho, desejei o silêncio...

E no silêncio música se fez.

Na multidão me perdi de mim... E na solidão descobri o outro.

A ausência me trouxe buracos... buracos necessários para que eu fosse à busca de presença.

Muito cheia precisei vomitar... E o vazio me trouxe fome de conteúdo.

Nas quedas aprendi a levantar... E levantando fiquei preparada para os tombos.

Feridas imensas me deixaram inteira e mais forte... E saudável nunca deixei de ver as cicatrizes.

Sentimentos revoltos imploraram pela calmaria... E na calmaria intensa faltou emoção.

Trancada sonhei liberdade... E muito solta me faltou cuidado.

Depois de mergulhar na loucura desejei a sanidade... E muita sanidade me distanciava de minha criança.

O verdadeiro amor me fez odiar com todas as minhas forças... E o ódio me fez enxergar o mais puro amor.

Foi com dor que descobri a delícia do prazer... o prazer de se livrar da dor.

Nos momentos que achei ter perdido minha felicidade é que me deparei com a tristeza... a tristeza das perdas que antecederam meus grandes momentos de alegria.

Precisei esquecer para lembrar... E lembrei que havia muitas coisas a serem deixadas para traz.

Buscando saída achei uma porta de entrada... E entrar em mim mesma era minha única e melhor saída.

Foi preciso chegar até o fim para poder começar... um recomeço com finalidade.

Tive que entrar no lixo para me tornar mais limpa... E só mais limpa é que pude identificar o lixo.

Encontrei-me com demônios para falar com Deus... E Deus me ensinou a não fugir dos demônios.

Enfrentando todos os meus monstros encontrei a paz.

Sabendo tudo me enganei... Foi só com alguma sabedoria que descobri saber nada.

O que tinha sentido ficou tolo... E o que não tinha nexo ganhou o mais real sentido.

Quando admiti minhas fraquezas fui mais forte.

Acertei mais quando pude conviver com meus erros.

Hoje que tenho menos tempo, tenho mais paciência.

Não sendo compreendida aprendi a compreender.

Jogando-me impulsivamente fiz amizade com a prudência.

Quando o mais importante foi a aparência descobri o mais profundo da alma.

Bruxas me ensinaram o poder das fadas.

Quando entendi o sexo fiz amor.

Achando-me tudo fui nada... E me sabendo nada fui mais.

Os contrastes: esses exagerados me contaram o segredo do equilíbrio.


Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância. Pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono! Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer...

Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... Ou toca, ou não toca.” (Clarice Lispector)

COMPANHIA NO DIVÃ/Bia Melara

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