Ausência
É preciso o exercício constante de nos preenchermos de nós mesmos. A ausência de si mesmo gera inúmeras e crescentes ausências ao nosso redor.

De tudo, o que mais me preocupa é a ausência.
Ausência é o nada, é o buraco, é o que não existe... o vazio.
A ausência de sentimentos é o vazio da indiferença.
Quer coisa mais triste que a indiferença?
Eu particularmente, a ela, prefiro o ódio.
O ódio nada mais é do que o amor frustrado, o amor às avessas, o amor doente... Mas como existe pode ser trabalhado e modificado. Pode até voltar a ser amor.
Quem tem sentimentos está sujeito a todos eles, já o indiferente se não sente ódio não sentirá também o amor!
A indiferença é o não sentimento.
Já sentiram a tristeza do preto? Ela é tão real que o preto simboliza o luto.
O preto não é uma cor, mas sim não cor, a ausência de cores.
Falando em luto, lembremo-nos da morte: ela que nos traz tanta dor é simplesmente a não vida.
Morte é ausência de vida.
O escuro tão temido por adultos e crianças não é outra coisa senão a ausência de luz.
Portanto o escuro não passa da não luz.
E a depressão?
A depressão para mim é um misto de indiferença, de morte por dentro, de falta de luz, de preto...
A depressão é a ausência de felicidade. Essa não felicidade empobrece a alma.
Existe também um buraco chamado saudade. Saudade dói!!!
A saudade é a não presença. Onde o amor deixou um buraco nasceu à saudade.
Saudade é a ausência da pessoa querida, de um momento gostoso...
A cegueira (seja ela física ou emocional) é a ausência de visão.
Pobreza (e pode ser a de espírito) é ausência de recursos.
Frio é ausência de sol, de calor... E ele pode estar por dentro das pessoas também.
Solidão é ausência de companhia...
Pois é, onde existe ausência existe dor, medo, sofrimento, vazio...
Mas a pior de todas as ausências ainda é a de si mesmo. Portanto se você se perdeu de si, se você esqueceu-se de sua essência procure, com urgência, preencher esses vazios...
“A ausência é a causa de todos os males”
(Jean de La Fontaine)
“Tudo em ti era uma ausência que se demorava,
Uma despedida pronta a cumprir-se”
(Cecília Meireles)
BIA MELARA/Companhia No Divã
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