A arte do silêncio
Na correria deste mundo barulhento, cheio de mentes barulhentas, esquecemos de cultuar e valorizar os momentos de silêncio.

Já percebeu como o mundo no qual vivemos hoje em dia é barulhento? As pessoas, os carros, as maquinas...
O barulho é tanto, e está em todos os lugares, que percebo que as pessoas desaprenderam o silêncio, “a arte do silêncio”... ficam desesperadas, assustadas, e até desconcertadas quando ele se faz. Fogem dele apavoradas e com olhos de quem pede desculpas, como se acabasse de cometer um crime!
Quando o silêncio acontece pode significar respeito com quem acabou de falar ou não quer falar. Pode significar que você estava atento e, portanto pensa e faz suas considerações sobre o que acaba de ouvir. Que você pode simplesmente estar ao lado do outro repartindo, sentindo e entendendo sua dor. E isso deveria ser lindo e não vergonhoso!
Não ter a obrigação de falar e poder fazer uso deste direito é uma benção, é uma felicidade !!!! Mas as pessoas desaprenderam o silêncio, esse amigo tão importante!
Já me perguntaram o porquê de antigamente ouvirmos falar muito menos sobre as famosas depressões. Eu penso que é porque as pessoas respeitavam e até cultuavam mais o silêncio.
As “modernidades” ainda não haviam tomado conta de tudo, não haviam aparelhos de TV, celulares, e nem sequer a luz elétrica, mas havia o mais importante de todos os instrumentos: o silêncio.
As pessoas sentavam no escuro, sós ou com seus parceiros, muitas vezes com a inspiração das estrelas, e desenvolviam o prazer e a sabedoria do silêncio.
No silêncio desenvolvemos a arte de pensar, de sentir, de desenvolver nossas próprias idéias e percepções. A capacidade de selecionar e guardar as idéias boas e jogar para fora de nós as que não servem, só ocupam espaços, ou as que não são nossas e apenas nos contaminam.
Descobri a mágica do silêncio ainda muito nova, hoje aprendi a usá-la nos momentos certos.
Às vezes fujo deste mundo barulhento mergulhando... no duplo sentido, pois ao mesmo tempo em que mergulho em alto mar, mergulho em mim mesma, em minhas sensações, percepções e pensamentos mais profundos.
À medida que descemos a um, dez, trinta metros de profundidade o silêncio vai ficando mais puro... ouço apenas minha própria respiração.
Me alimento deste “silêncio de fora”, que unido ao meu “silêncio de dentro”, faz com que a magica aconteça.
E neste momento eu vejo muito melhor, mais colorido, mais encantado...
Neste momento eu ouço muito melhor, ouço a música de meu coração, a música das minhas sensações, a música de minhas descobertas mais verdadeiras.
Infelizmente, o mergulho em alto mar, “o silêncio de fora” eu não posso realizar todas as semanas... Mas, felizmente, o mergulho em mim mesma, “o silêncio de dentro” posso realizar, quando faço minha psicanálise pessoal, e assim desenvolvo minhas capacidades para ver e ouvir melhor, ao mundo, a mim e a você.
BIA MELARA/Companhia no Divã
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