A alma do carnaval
Por traz de anos de tradição e cultura, o que se esconde na simbologia do carnaval
Eu penso que tudo que vira tradição, tudo o que permanece e é duradouro, mexeu em algum ponto de nossa alma.
Os ditados populares, repetidos por gerações... Os contos infantis e fábulas que se tornaram clássicos... festas, músicas, cirandas, cantigas, brincadeiras...
A tradição é o culto aos antepassados. A tradição conecta gerações, trazendo ao presente o que ocorreu no passado.
Tudo o que fica eterno é porque a alma amou.
Só sobrevive o que foi realmente sentido.
O carnaval é umas dessas tradições que se imortalizou em nossa cultura.
E por que ele ficou com tanta força? Que parte de nossas emoções e sentimentos ele atingiu?
Vamos de encantamento...Vou usar “Turbilhão” uma música de Moacir Franco (de quem sou super fã) para ilustrar meus pensamentos. Clique na imagem e ouça enquanto lê.
“A nossa vida é um carnaval
A gente brinca escondendo a dor...”
E não é assim que vivemos? Não importa o tamanho de nosso sofrimento... temos que colocar nossas melhoras máscaras e continuar marchando...
Se desde criança não nos aperfeiçoássemos em viver de fantasias em determinados momentos, enlouqueceríamos... ao menos uma vez por ano, máscaras e fantasias podem preservar o nosso emocional.
“... e a fantasia do meu ideal
É você, meu amor...”
Fantasiamos amores e vidas ideais... mas como fantasias não podem durar para sempre, chega o momento em que precisamos voltar a realidade.
Tirar máscaras e fantasias com toda a dor que isto possa significar, e então temos que enfrentar nossas cinzas emocionais.
"Sopraram cinzas no meu coração
Tocou silêncio em todos clarins
Caiu a máscara da ilusão
Dos Pierrots e Arlequins
Vê colombinas azuis a sorrir laiá
Vê serpentinas na luz reluzir
Vê os confetes do pranto no olhar
Desses palhaços dançando no ar
Vê multidão colorida a gritar laiá
Vê turbilhão dessa vida passar
Vê os delírios dos gritos de amor
Nessa orgia de som e de dor
La lalaia lalaia lalaia”
E não é assim que vivemos? Confundindo realidades, máscaras e fantasias...
Não vivemos como os poetas, que fazem de suas dores músicas e danças?
Ao menos uma vez por ano libertamos nossa criança interior, e como ela cantamos, gritamos, gargalhamos e dançamos para aprender a lidar com nossas dores... para exorcizarmos nossos demônios... e assim aprendermos a voltar para a nossa realidade.
Como não gostar do carnaval?
COMPANHIA NO DIVÃ - Bia Melara
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